sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Resgatando sentidos: pela re-construção da(s) utopia(s)






“Para construir o futuro é preciso primeiro sonhá-lo, imaginá-lo.”






O sonhar é o primeiro passo que nos motiva a almejar por mudanças, exigindo de nós criação ou recriação. Nossos sonhos podem ser individuais ou coletivos, ocasionando a construção permanente do mundo e da vida.

Como profissionais da educação já ouvimos muitas vezes que esta é uma instituição falida, mas se assim avaliarmos, a saúde, a política e tantos outros setores também encontram-se falidos. O que nos faz pensar que as coisas e as pessoas “não tem mais jeito?” Ou... “O que nos faz pensar que as coisas e as pessoas podem mudar e viveremos em um mundo melhor?”

Bem como pensar na inclusão de alunos com necessidades educacionais, será uma realidade a ser alcançada ou utopia?

Podemos mencionar que Paulo Freire deixou seus ensinamentos e seu trabalho sempre esteve pautado na esperança, conscientização e diálogo, muitas das vezes movido pela indignação. Podemos afirmar que além de educador, socializador, conscientizador, idealizador, otimista, Paulo Freire também foi um grande sonhador.

“Verdades da Profissão de Professor:
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem ‘águias’ e não apenas ‘galinhas’. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.”
Paulo Freire

Utopia



Um mundo perfeito, fantasia ou realidade?













Utopia é o conceito de algo ideal, perfeito, fantástico, imaculado, idéia que se torna imaginária segundo os padrões da atual sociedade. Pode-se referir aos ideais do presente como também do futuro, é uma palavra oriunda do grego que significa “lugar que não existe”. Esse termo teve origem por volta de 1516, utilizado por Thomas More no título de uma de suas obras escritas em latim. Para alguns historiadores More ficou fascinado pelas narrações de Américo Vespúcio sobre a recém avistada ilha de Fernando de Noronha, em 1503. A partir das narrações extraordinárias que ouvira, More passou a escrever sobre um lugar novo e imaculado onde existiria uma sociedade perfeita.
A utopia está ligada à idealização um lugar, uma vida, um futuro, quaisquer pensamentos que se tenha através de uma visão fantasiosa e contrária ao mundo real. O utopismo é uma forma irreal e absurdamente otimista de ver as coisas como gostaríamos que fosse. Um bom exemplo desse pensamento é o fato de uma pessoa idealizar outra, fantasiando alguém que para os dias e contextos atuais se torna inexistente. Isso com base nas características e nas qualidades de cada indivíduo, pois todos os seres humanos são dotados de falhas e defeitos, de forma que não existe alguém perfeito, mas o que seria da sociedade sem os pensamentos utópicos, o que seria do homem sem seus sonhos fantásticos? Talvez o que seja utopia hoje possa a ser a realidade de amanhã. Tudo é possível quando a gente crê e faz acontecer, para nós uma sociedade igualitária que visa e zela pelo bem estar do próximo e do mundo é algo utópico, assim como toda tecnologia que temos hoje era utopia para nossos antepassados.





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um Sonho Possível (The Blind Side)



Um Sonho Possível (The Blind Side)

Elenco: Quinton Aaron, Sandra Bullock, Kathy Bates, Lily Collins, Tim McGraw, Rhoda Griffis, Ray McKinnon.
Direção: John Lee Hancock
Gênero: Drama
Duração: 120 min.
Distribuidora: Warner Bros.
Estreia: 19 de Março de 2010

Sinopse: Em 'Um Sonho Possível', o adolescente Michael Oher (QUINTON AARON) sobrevive sozinho, vivendo como um sem-teto, quando é encontrado na rua por Leigh Anne Tuohy (SANDRA BULLOCK). Tomando conhecimento de que o garoto é colega de turma de sua filha, Leigh Anne insiste que Michael — que veste apenas bermuda e camiseta em pleno inverno — deixe-a resgatá-lo do frio. Sem hesitar por um momento sequer, ela o convida a passar a noite em sua casa. O que começa com um gesto de bondade evolui para algo maior, pois Michael passa a fazer parte da família Tuohy, apesar de terem origens bem diferentes.
Vivendo no novo ambiente, o adolescente tem de encarar outros desafios. E à medida que a família ajuda Michael a desenvolver todo o seu potencial, tanto no campo de futebol americano quanto fora dele, a presença de Michael na vida da família Tuohy conduz todos por uma jornada de autodescoberta
.

Infância e Juventude na pósmodernidade



O que vivenciamos durante a nossa experiência enquanto crianças e jovens talvez não se compare ao olhar de infância e juventude nos dias atuais; e o que nós vivenciamos também não se iguala ao que nossos pais viveram...
O tempo não é estacado e, com ele, muitas coisas vão sendo criadas e recriadas: as brincadeiras, músicas, programas infantis etc. O que fica em nossa memória são as lembranças de um tempo – bom ou ruim, no qual todos os adultos tenham experimentado.

O filme em que assisti recentemente: “Um sonho possível”, me fez refletir como através do afeto, da atenção, do carinho, do educar, do ensinar, seja na presença dos familiares e ou responsáveis e dos professores (me refiro a nós também, pois na escola permanecemos durante um longo período junto à criança e ao jovem), são momentos em que as trocas de cada atitude podem marcar positivamente ou negativamente; essas experiências se tornam um constante aprendizado, pois nenhum filho é igual ao outro, nenhum aluno é semelhante aos demais; não nos cabe comparar e querer igualar, cada um de nós temos as nossas peculiaridades e, assim, cada infância e juventude são distintas.

O período da infância pode ser comparado como o momento inicial em que o diamante vai sendo lapidado, sofrendo influencias externas (positivas e negativas), mas a construção do “nosso eu” não tem fim, enquanto houver vida somos modificados, porém, nada nos impede de sonharmos e brincarmos em meio aos compromissos diários. Porém, há muitas crianças e jovens que desde então assumem compromissos de adulto mesmo com tão pouca idade e estatura.

sábado, 17 de setembro de 2011

PET, criatividade & Sustentabilidade








Com a facilidade das compras em supermercados e feiras livres, deixou-se de se cultivar hortaliças e temperos dentro de casa. A ideia é reaproveitar materiais que iriam para o lixo para cultivar suas próprias hortaliças!!!



http://viver-sustentavel.blogspot.com/2008/11/mini-horta-suspensa.html

Exclusão, educação e pósmodernidade

O tema da aula de sábado: Exclusão, educação e pósmodernidade - me motivou a pensar sobre: LIXO + CRIATIVIDADE = ARTE


Segundo o dicionário Aurélio: Arte é o "conjunto de preceitos para a perfeita execução de qualquer coisa; atividade criativa; artifício; ofício; profissão; astúcia; habilidade".

No documentário exibido, “Lixo extraordinário”, o artista Vik Muniz, além do objetivo inicial de desenvolver um trabalho artístico utilizando os detritos encontrados no aterro de lixo - o refugo, como menciona BAUMAN- possibilitou a aqueles que inicialmente posaram e serviram de inspiração para a execução das obras, um olhar criativo sobre todo o material que compunha as montanhas de lixo no aterro de Gramacho. Em entrevistas concedidas Vik Muniz menciona:

"O lixo apareceu inicialmente como material, pela razão de ter, falando como artista, essa tendência à invisibilidade. O lixo está sempre sendo escondido, guardado. Ninguém quer vê-lo porque ele remete a uma série de referências negativas, como a morte e a passagem do tempo".

Com relação ao lixo, percebemos a repulsa de alguns, a necessidade, mas também a criatividade de outros em viazualizar naquele refugo uma nova possibilidade de uso, no qual fora descartada por outrem; como os livros que são jogados no lixo. Por que não doa-los? Dar para alguém? Direcionar a alguma Biblioteca pública? Enfim, assim como: roupas, calçados, móveis... ha sempre quem dê uma utilidade ao que talvez já não seja tão útil em algum lugar.Por vezes, o que nos falta é um pouco de solidariedade...

Observando cada personagem que foi surgindo ao longo do primeiro contato do artista Muniz com o aterro, muitos deles também se sentiam excluídos e já não viam outra opção de ofício para viver ou sobreviver. Mas ao filnal do documentário, toda a trajetória serviu de motivação para traçar novos ideais, já que a atual situação incomodava muitos deles. Percebemos que com criatividade, muitos cidadãos não se deixam abater por suas origens, sua situação econômica, raça etc., cada um possui uma motivação interior para inovar!


Faço a menção de alunos meus que em seu dia-a-dia catam latinhas! Um em especial(com 81 anos, aposentado), anda sempre com uma sacolinha no bolso prevendo as possibilidades de achar algumas latinhas em seu percurso. Se dispõe a mais este trabalho para compor a renda da família, com satisfação! Um casal, em suas caminhadas matinais, também carrega uma sacola, pois acreditam que ao realizar as atividades de caminhada seja possível não apenas dar ao corpo e a mente uma melhor qualidade de vida, mas com o pouco, contribuir para com o meio ambiente e também na reda familiar.



Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/meio-ambiente-arte-com-lixo-e-exemplo-de-sustentabilidade=f673153#ixzz1XqGgCWsq

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pósmodernidade e educação: primeiras aproximações








Como educadores e professores, vivenciamos este período da pósmodernidade. Percebemos e refletimos sobre o uso das tecnologias, a inovação das pesquisas científicas, o avanço dos meios de comunicação digital, enfim, a cada instante ideias e apetrechos tecnológicos vão surgindo, superando os demais. E estes também vão sendo inseridos no ensino, como a utilização do Blog na construção de um diário de bordo referente aos encontros do Curso de Pós-graduação latu senso: Educação e contemporaneidade.

Tendo como base relatos dos alunos da classe de EJA no qual atuo - em sua maioria composta por idosos - estes mencionam em suas experiências durante o período da infância e juventude: sendo moradores da zona rural, ainda crianças ajudavam os seus pais nos trabalhos da lavoura e muitos dos conhecimentos adquiridos (ler, escrever, calcular e conhecimentos pertinentes ao ambiente em que cresciam) foram transmitidos pelos seus próprios pais ou vivenciados durante a vida cotidiana mediante os acertos, erros e perseverança. Assim, o trabalho na lavoura iniciava junto aos pais, os momentos de distração também eram vivenciados junto à família e ainda compartilhados entre os vizinhos, tudo era muito simples, mas as lembranças permanecerem vivas na memória.

Quando surgiram os primeiros televisores no Brasil, ainda em preto e branco, os moradores da localidade se reuniam todos os dias à noite para verem os programas que naquela época passavam; geralmente, estes encontros eram regrados de muita conversa e lanches, pois poucas eram as famílias que tinham condições de adquirir o aparelho e geradores para manter este novo componente; segundo relatos, utilizavam uma bateria, no qual levavam até a cidade para recarregar. Com a chegada da televisão, mais uma forma de “lazer” era inserido neste contexto.

Hoje, a cada modelo que surge, as pessoas correm nas lojas para comprar o que tem de mais moderno, dividem em infinitas prestações nos cartões de crédito, mas se orgulham de poder expor em sua residência um aparelho tão moderno e que ocupa menos espaço, ao contrário dos modelos até então lançados.
E é por meio deste “instrumento”- a televisão, que valores, hábitos são veiculados a aqueles que diariamente se colocam diante dele para ouvir o que é transmitido e, muitas das vezes, sem a opção de reivindicar. Em muitos ambientes, exige-se silêncio total para dar ouvidos ao que é mencionado na televisão, enquanto muitos pais, filhos e demais pessoas que ali residem não dialogam entre si.


Bauman, na introdução do livro: Vida líquida, menciona que a vida líquida é uma vida de consumo; as pessoas e as coisas perdem o seu devido valor, a sua utilidade tem um prazo de validade muito curto. Assim, vivenciamos um período em que as coisas são descartáveis. E aqueles (nossos pais, tios, avós, avôs) que experimentaram um outro tempo, não muito distante, relatam dias em que o conceito de modernidade ou pósmodernidade ainda não fazia parte do cotidiano, realizar as atividades do dia-a-dia requeria formas rudimentares, mas nos trabalhos desenvolvidos havia a participação de todos e o conceito de ensinar/aprender se iniciava, primeiramente, no meio familiar.




Reflexões tendo como base o texto: BAUMAN, Zygmunt. Sobre a vida num mundo líquido-moderno. In: Vida líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.